Harry localiza a caixinha de bambu. Está
posicionada sobre uma rocha branca,
próxima às margens do riacho. A corredeira é
feroz e se os dois entrarem na água, poderão
ser levados. A melhor opção é um deles se
agarrar a uma árvore e o outro resgatar a
caixa.
— Eu vou. – o tom alterado de Harry não
deixa opção.
— Tudo bem, vá lá. – ela dá de ombros,
analisando as árvores ao redor. Um galho
grosso e forte o bastante poderá ajudar na
estratégia.
— Acha que consegue nos segurar? – ele
pergunta.
— Acho que sim.
— Se for soltar, me avise. – Harry entra na
água.
— Tá legal.
A operação é executada com maestria. Harry
pega a caixa de bambu e volta para a
margem, encharcado da cintura para baixo.
Só então percebe que Nina morde o lábio,
olhando para algum lugar próximo.
— O que foi? – ele olha para trás. – Que
merda! Corremos risco à toa.
Sobre um tonel cinza, uma corda foi
deixada pelos monitores, propositalmente.
Realmente Harry estava achando aquela
operação de resgate muito arriscada.
— Agora já foi. – ela diz, indiferente. – Por
favor, nos solte logo.
Harry abre a caixa e pega a chave. Sem
qualquer dificuldade, consegue livrá-los das
algemas. A garota sacode o braço, avaliando
se o pulso está ferido. Não está. Harry
desenrola o mapa envolto em um saquinho
transparente.
— Para onde agora? – Nina enche o cantil
de água.
— Tem uma trilha mais à frente. – Harry
aponta para algum lugar além das árvores.
— Ok, vamos lá.
~~***~~
pela nova trilha. Nina está cansada e não
consegue absorver a beleza da mata. Desvia
de folhas, arbustos, galhos e nem sequer
nota os micos que pulam acima de suas
cabeças.
Harry segue logo atrás, tomando o último
gole de água do cantil. Abre uma barra
energética e manda para dentro em três
dentadas. Já passa das três e meia da tarde.
— Esse tesouro tem que valer a pena. –
Harry comenta para si mesmo.
— Se não valer a pena, vou socar alguém.– Nina rosna, enxugando o suor da testa.
O caminho ziguezagueia entre outras
trilhas. Mas o mapa é perfeito, cheio de
marcações, impossível de se perderem. Nina
ainda está com aquela forte sensação de
estar sendo seguida e não é por Harry. Olha
para trás uma vez. Mais outra. E mais outra.
— O que foi? – ele finalmente pergunta,
olhando também para trás.
— Juro, acho que estamos sendo seguidos.
— Nina, você está paranoica.
— Não estou não. Tenho quase certeza
disso.
— Tudo bem, vou ficar atento. Agora anda,
ainda temos chão pela frente. – Harry mira o
mapa e confere se estão no caminho certo. –
De acordo com as instruções, vamos
encontrar a garrafa logo ali.
Ele aponta para um conjunto de árvores
que formam um semicírculo. Vasculham a
área a procura do objeto. No mapa, uma
árvore está marcada com um xis vermelho.
Nina olha em volta, mas é Harry quem
encontra o tronco pintado.
A garrafa está presa nos galhos mais altos,
balançando com o vento. Nina olha para Harry.
Harry olha para Nina. Alguém precisará subir.
— Certo, eu vou. – ele decide.
— Nada disso. – ela interpõe. – Você
resgatou a caixa, nada mais justo que eu
pegue a garrafa.
— Está alto demais!
— Está duvidando da minha capacidade?
Quer apostar? – Nina leva as mãos à cintura.
— Pensei que nunca mais apostaria algo na
vida. Não depois de… bom, deixe para lá. –
Harry está em dúvida se deve permitir ou não
que Nina escale a árvore.
— Eu subo. Fique aqui – ela o posiciona –
para o caso de eu despencar lá de cima.
— Por favor, não despenque, é sério.
Nina analisa a árvore detalhadamente.
Possui ranhuras no tronco, o que facilitará a
escalada. Harry une as duas mãos,
entrelaçando os dedos. Ela se posiciona e
toma impulso.
Tranquilamente, Nina encontra pontos de
apoio para os pés. Cautelosa, chega aos
primeiros galhos e tudo fica mais fácil ainda.
Seus dedos já podem tocar a garrafa. O
objeto está preso a um galho grosso e
pesado. Nina se segura e corta a corda, com
a ajuda do canivete suíço. Olha para baixo e
vê quando Harry a pega ainda no ar.
— Agora desça daí, com cuidado.
Uma brilhante ideia pisca no cérebro de
Nina como um painel de neon. Quando inicia
a descida, lembra-se das palavras de Lais e
resolve colocar o plano em prática. Se algo
der errado, ela poderá se machucar. Será
que os fins justificam os meios? Bem, só
testando para descobrir.
Engolindo em seco, Nina finge colocar o pé
em falso e despenca da árvore. Harry a
alcança, mas não consegue se equilibrar. Os
dois desabam no chão.
A antiga Nina teria levantado num pulo,
afastando-se de Harry. A nova Nina, criada por
Lais, não faz nada disso. Permanece onde
está, por cima do garoto. Os olhos estão
cravados um no outro. Harry está arfando? Oh
sim, ele está. Não consegue controlar a mão
que rasga o ar, tocando os cabelos dela.
A sensação é de que o tempo parou. Com
os polegares, ele traça o desenho dos lábios
de Nina, suavemente. Ela não se afasta
quando a mão dele desliza para sua nuca,
puxando-a para mais perto.
Ela sente o hálito quente de Harry. As bocas
já estão entreabertas e as pálpebras
semicerradas. Se a garota precisa agir, o
momento é agora.
Tomada por uma urgência, Nina se
desvencilha das mãos de Harry. Levanta-se
sobressaltada, sustentando uma expressão
que denota surpresa e algo mais. Harry nem
imagina que a cena foi premeditada.
— É melhor irmos andando. – Nina bate as
mãos na bermuda, livrando-se das folhas
secas e da terra.
— Nina. – Harry se senta, tentando domar a
respiração.
— Vamos, Harry. – ela pega a garrafa do
chão, puxa o novo mapa para fora e retoma a
trilha, sem olhar para trás.
Nota da Autora: Meu Deus essa ''nova'' Nina não tem jeito mesmo produção?? kkkkkkkkkk E ae meus amores gostaram da nova Nina ?? Bem espero que sim Beijos X Beijos.
to adorando a ''nova'' Nina. Ela é d+!
ResponderExcluirTambém to adorando ela e olha que graças a Lais, a nova Nina existe :3
Excluirvish continuaaaa
ResponderExcluirContinuo sim Amora :3
Excluirperfeitooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo s2
ResponderExcluirObrigada Liamda :3
Excluirs2<3 in love com a fic s2 <3
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkk' que bom que ta gostando Liamda :3
Excluir