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02/01/2014

41°CAP - A APOSTA - ABRINDO O JOGO.


A alguns metros dali, escondida entre
arbustos de folhagens esverdeadas, Bárbara
aproxima o zoom da câmera e tira mais uma
foto. A Kibi Mor está fritando de raiva por
ainda não ter conseguido a fotografia que
imaginou. Vingança é a única palavra que
essa garota parece conhecer.

De todas as fotos, apenas duas são

realmente boas: a de Harry e Nina na trilha da Caça ao Tesouro e a da gruta. A imagem do
beijo na quadra de tênis também é
fenomenal, mas não terá o efeito desejado.
Afinal, a sala inteira assistiu ao espetáculo de camarote. Não. Ela precisa de um material
inédito e caliente. Quer provar que Nina é
uma biscate.

— Não acredito que esteja aí observando os

pombinhos. – Bola chega por trás, sem aviso.

— Cale a boca e se abaixe! – Bárbara puxa

Bola para detrás dos arbustos. – Quer
entregar a minha localização, seu idiota?

— Quem você está chamando de idiota?


— Bolinha, é sério, eu preciso muito de

uma foto quente. Então, se me der licença…

— Eu tenho o que você precisa. – Bola a

encara com uma expressão de superioridade.

– Mas o preço vai dobrar.


— Como é? Está querendo me chantagear?


Eu deveria rir, mas a situação é tensa.

Todo chantagista já passou ou passará por
um momento como esse, afinal, colhemos o
que plantamos.

Bola tem um trunfo ilícito na manga, algo

que poderá mudar o rumo dos
acontecimentos. Eu já disse que esse garoto
é mau?

— O que você tem para me ajudar? Uma

foto quente? A Nina nua? O que é? – Bárbara
é a ansiedade em pessoa ao chacoalhar os
ombros de Bola.

— Primeiro vamos determinar o preço, só

então eu lhe mostro o produto. – Bola
negocia, preguiçosamente. O cara está por
cima e sabe disso.

— Droga! – Bárbara se inflama. – Tudo

bem, qual o seu preço?

— No luau de hoje a noite, quero que fique

comigo na frente de todos. – a expressão de
Bola não se altera.

— Como é? – a Kibi sibila e levanta num

pulo.

— É isso ou nada feito. Você é quem sabe.– Bola dá de ombros, indiferente.


— Qual é a jogada? O que você tem em

mãos?

— Aceitará o meu preço?


A garota se ajoelha na grama recém aparada,

pensativa. Seus olhos se estreitam,
ávidos por descobrir o plano de Bola.
Sentindo certa repulsa por si mesma, ela
resolve pagar para ver.

— Tudo bem, eu aceito. – Bárbara ruge. –

Agora me diga, o que você tem para a minha
vingança?

— Isso aqui. – Bola tira do bolso da

bermuda um frasco sem rótulo.

— Em que isso vai me ajudar? – Bárbara

faz cara de quem conversa com um otário.
Bem, ela realmente conversa com um otário.

— Eu roubei isso aqui do estoque do meu

irmão, sabia que seria útil em algum
momento. – ele rola o frasco entre os dedos.– Ele e os amigos da faculdade criaram essa
droga. A batizaram de Droga da Coragem.
Quem a ingere, fica totalmente desinibido e
faz coisas que nunca faria, nem à base de
álcool.

— Isso é uma droga? – Bárbara se senta

com os olhos brilhando em excitação. – Tipo,
uma droga, droga?

— É, quer que eu desenhe? Que parte você

não entendeu?

— Bola, você é um gênio!


— Eu sei, só que ninguém parece perceber

isso. – o garoto olha para o céu, distraindo-se.

Bárbara pigarreia e então ele continua:

Enfim, apenas seis gotas disso aqui e a Nina
vai fazer o que tem vontade. Sem medos,
receios ou pudores. Você finalmente
conseguirá sua vingança.

Bárbara tenta pegar o frasco das mãos de

Bola, mas num impulso, ele fecha os dedos,
meneando a cabeça em negativa.

— Nada disso. Primeiro pague, depois

receba.

— Mas amanhã é o último dia na ilha.

Temos que usar isso hoje mesmo! – a Kibi é
tomada por uma sensação de urgência, seus
lábios tremem com as possibilidades.

— Pague o que me deve hoje e amanhã eu

garanto que terá a sua foto quente.

— Esse troço é perigoso, tipo, a Nina pode

morrer e tal? – não que Bárbara esteja
preocupada com isso, a pergunta foi feita por
desencargo de consciência.

— Não é perigoso. Relaxe, vai sair tudo

como você quer. – Bola se levanta do
esconderijo. – Estamos acertados?

Com um sorriso maquiavélico e olhos

flamejantes, Bárbara chacoalha a cabeça em
concordância.

— Estamos acertados.



~~***~~

Harry quer desvendar todos os segredos
dessa linda garota de olhos esverdeados e a
estimula a continuar. Nina não acredita que
esteja a ponto de contar algo tão íntimo a
ele.

Ela se convence de que falar pode lhe fazer

bem, expurgando todo o veneno que ainda
corre em suas veias. Quem sabe o passado
de Nina mostre a Harry que o terreno no qual
pisa é perigoso e arriscado, cheio de minas
enterradas e armadilhas mortais.

Nina suspira alto, sentindo algo se remexer

dentro de si. Talvez seja a lagosta, ou seu
espírito, quem sabe?

— Quando eu tinha quinze anos, comecei a

namorar um cara dois anos mais velho. Nos
conhecemos no colégio e ele estava prestes a
se formar. Nós ficávamos naquele flerte à
distância e eu nunca tinha tido a coragem de
me aproximar.
“Alguns amigos me avisaram que ele era um
tremendo galinha, mas eu achava que estava
apaixonada e nem liguei para os
comentários. Quando a oportunidade surgiu,
eu me agarrei a ela.
“Namoramos por seis meses. Meus pais eram
contra e passaram a vigiar todos os meus
passos. Eu não podia usar a internet e os
telefonemas eram gravados. Meu pai é
advogado criminalista e minha mãe trabalha
com segurança da informação, ou seja, eles
desconfiam até da própria sombra. Hoje eu
os entendo perfeitamente.”

Nina faz uma pausa. Rememorar o passado

nunca fez bem a ela. Mas de alguma forma,
sente que quando terminar a narrativa, será
uma outra pessoa.

— O que aconteceu? – Harry reclina para

trás, escorando o corpo com as mãos.

— Durante seis meses, nós namoramos na

minha casa e às escondidas, quando eu
conseguia enganar os meus velhos. O filho
da mãe tinha uma lábia incrível e fez com
que eu acreditasse que era especial. Ele dizia que me amava e que eu era única e perfeita.
Hoje eu sei que ele só estava preparando o
terreno para o ataque.

Os lábios de Harry se retesam. As pálpebras

tremem e ele se inclina sobre a mesa com os
punhos cerrados. Uma sombra atravessa
aquele olhar dourado e Nina continua:

— Todas as vezes que nos encontrávamos,

era a mesma história. Ele me amava, eu o
amava e nós tínhamos que elevar nosso
relacionamento a um outro patamar. Eu era
muito nova, Harry, totalmente inexperiente e,
de certa forma, inocente. Ele usou isso
contra mim, da forma mais repugnante que
se possa imaginar.
“Numa tarde, o cara apareceu na minha casa
sem aviso. Eu estava sozinha e as coisas
começaram a evoluir rápido demais... eu não
tive escapatória.”

Nina faz outra pausa e, por incrível que

pareça, está se debulhando em lágrimas.
A expressão de Harry é matadora e o cara
trinca os dentes, mas não diz nada. Não
ainda.

— Eu não queria, juro para você. Eu só tinha

dezesseis anos e não estava pronta. Mas ele
forçou a barra, disse coisas que eu queria
ouvir. Parecia que ele podia ler meus
pensamentos, minhas vontades.
“Eu sempre fui uma tola romântica. Que
idiota. Nunca pensei que me entregaria
daquela forma, no sofá da sala, sem qualquer
preparação, sem… sem romance.
“Quando terminou e ele foi embora, eu não
me senti plena ou flutuando como dizem. Eu
me senti suja e com vontade de gritar. Não
que ele tenha sido bruto, mas não foi feito
com amor.
“Ele parou de me ligar depois disso. Eu
deixava recados no celular e nada de um
retorno. Quando eu finalmente tive coragem
e liguei na casa dele, descobri que a mãe do
cara nem sabia quem eu era. Ela disse algo
mais ou menos assim: ‘Ah, não, outra
pseudo-namorada? Esse garoto não tem
jeito. Quantos anos você tem, mocinha?’
“Foi então que eu descobri tudo. Minhas
amigas ajudaram, vasculhando a internet,
perguntando aos amigos dos amigos dos
amigos. Tudo o que eu vivi durante seis
meses, não passou de uma mentira, uma
farsa com o único intuito de me levar para a
cama. Bem, para o sofá da sala.
“Eu quis muito me vingar, eu queria o
sangue dele nas minhas mãos. Mas não foi
nada disso o que eu fiz. Eu me resignei, me
fechei para o mundo, parei de confiar nas
pessoas e me transformei no que sou hoje.
Alguém que não consegue se relacionar, que
tem medo de ser enganada e que está
permanentemente fechada para balanço."



Nota da Autora: Oi oi minhas Amoras, acabei de decidir que A Aposta vai ter segunda temporada,(Eeeeeeeh) estou começando a criar pequenas estrofes para a grande história, por isso, não estranhem a minha demora de postar os capítulos, hoje mesmo estarei colocando a sinopse, caso esteja com curiosidade, basta ir em Imagines e clicar na imagem que esta escrito A Aposta. Espero que tenham ficado felizes e ansiosas como eu estou agora. Beijos X Beijos 


5 comentários:

  1. Owwwwnt ela contou pra ele <3
    Isso significa que ela confia nele não é? awwwwwwwn :3
    Mudando de assunto, amora quem fez o seu layout? O de antes era lindo mas esse é perfeito.
    Enfim, continuaaa <3

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    1. Ai. meu. Deus.
      Serio q vai ter 2ª temporada? To Daleste. kkkkkk

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    2. Sério mesmo liamda, vai ter 2ª temporada :3
      E o site de quem fez o Layout, esta nos créditos :3

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  2. Uhuuuuuulll... que emoção.... vai ter segunda temporada! Tipo... essa fic é demais. Viciada de plantão na espera do próximo capítulo pra saber a reação do Harry com essa história da Nina! haha' Beiijos amore xBruna

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    Respostas
    1. Verdade, só espero que ele a entenda néh Amora? :3

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A cada 10 pessoas que comentam 4 delas dizem, na verdade o que eu realmente não sei o que estou falando, então se entendeu parabéns e obrigada por comentar.
E lembrando foi comprovado cientificamente que comentar emagrece.