HTML

30/04/2014

56°CAP - A APOSTA - A MALDADE É INERENTE AO SER HUMANO?.


Quando sai da enfermaria, Nina mantém uma postura ereta, a cabeça erguida e um ar despreocupado. Conforme vai passando pelo corredor de risadinhas, piadinhas e olhares ameaçadores, os ombros de Nina vão despencando, assim como sua cabeça, que agora está tombada para baixo. Não pensou que seria tão difícil enfrentar aquele bando de fuxiqueiros.

Antes que seus joelhos fraquejem e ela caia mortinha frente àqueles olhares maldosos, Nina é salva por Camila e Nathi, que a levam mais do que depressa para a diretoria.


~~***~~

O diretor gira o DVD em mãos. Tira os óculos, jogando-os sobre uma pilha de pastas muito bem dispostas sobre a mesa de mogno.
Levanta-se da cadeira e trinca os dentes ao observar o outdoor em frente ao colégio.

— Já liguei para a empresa responsável. Essa barbaridade será retirada ainda hoje. – ele faz uma pausa. – E quanto aos DVDs, revistaremos todos os alunos. Infelizmente de nada adiantará, o vídeo já caiu no
Youtube. – outra pausa, dessa vez
preocupada. – Seu pai precisará entrar com uma ação para tirar o vídeo do ar, Nina.

— Não queria envolver meus pais nisso. – a voz de Nina é só um fio fraco, prestes a se partir. – Mas meu irmão contará o que está acontecendo, não conseguirei esconder o fato.

— Você deveria ir para casa. – Nathi alisa o braço da amiga. – Ficar aqui só vai piorar a sua situação.

— Não quero fugir.

— Não serão dias fáceis para você. Mas compreendo o seu lado, entendo o que quer provar. – o diretor alinha quatro vasos de plantas no parapeito da janela, de modo que
fiquem simétricos. – Falei com sua mãe hoje cedo. Fique tranquila, não contei nada sobre o outdoor. – ele se apressa em dizer. – Sua
mãe me contou sobre a possibilidade de você estudar fora do país. Seria muito bom, Nina.
Crescimento pessoal, cultural e emocional são sempre bem-vindos. Todas as pessoas deveriam fazer isso algum dia. – o diretor se
senta novamente, ajeitando agora o polvo e os cachorros de cerâmica sobre a mesa.

— Ainda não me decidi sobre isso, mas estou pensando. – Não. Nina não está pensando sobre a viagem. 
A única coisa que não lhe sai da cabeça tem nome e sobrenome: Harry Styles.

— Pense bem, uma oportunidade como
essas pode não aparecer nunca mais. – o diretor recoloca os óculos e faz uma pausa com ar pensativo. – Nina, qualquer outro
problema que tiver aqui dentro dos muros do colégio, por favor, me comunique.

— Certo, obrigada.


~~***~~

Rumo à sala vinte e dois, Camila pergunta sobre a viagem. Nina pede discrição total e absoluta antes de contar. A amiga assente e escuta o relato de Nina sobre a possibilidade de estudar em Paris por alguns meses. Uau, até eu queria uma oportunidade dessas!

O sinal já soou e os corredores estão vazios. Quando Nina e as garotas chegam ao segundo andar, uma nova surpresa se abate sobre as três. Não, não são cartazes colados às paredes. A surpresa vem das caixas de som espalhadas pela escola. O sistema de áudio do colégio é daqueles mega-modernos, digitais e computadorizados. Alguém deve tê-lo invadido para reproduzir o que apenas os surdos não podem ouvir.

As vozes que saem dos auto falantes são as de Bárbara e Harry. Na íntegra, o diálogo – que
nós sabemos não ter ocorrido – desenrola da seguinte forma:

Harry:
— O que quer que eu faça? (a voz de Harry foi gravada pelo celular da Kibi, no dia em que Bárbara chantageou o garoto pela primeira vez).

Kibi Mor filha da mãe:
— Leve a Nina para o Centro de Arborismo. Deixe a vagaba fazer o que quiser com você. Filmarei tudinho e finalmente terei a minha
vingança. Feito isso, prometo não mostrar o vídeo do acidente para o seu velho. (a Kibi gravou essa parte no mesmo lugar, com o
mesmo celular, no fim de semana pósviagem).

Harry:
— É só isso o que quer? (essa parte foi gravada na balsa, também com o celular da Kibi. O material foi editado por Bola, os ruídos de fundo foram retirados e mixados).

Kibi Mor dos diabos:
— Sim, é só isso.


 ~~***~~
Os joelhos de Nina não conseguem mais sustentar a pressão. A garota cai, prostrada, vencida, arrasada, espezinhada, humilhada. Então o que Bárbara disse na ilha era
verdade? Ela realmente havia mandado Harry fazer o serviço sujo e o filho da mãe aceitou?

— Nina, eu não acredito que o Harry tenha feito isso. Cara, isso está me cheirando a montagem! – Nathi despenca ao lado de Nina, abraçando-a.

— Também não acho que o Harry faria algo assim, Nina. Ele está apaixonado por você, está tão na cara! – Camila, apesar de estar em dúvida sobre a veracidade do diálogo, não colocaria sua mão no fogo por Harry. Mas ela não pode deixar isso transparecer. Não pode deixar Nina pior do que já está.

— Como eu sou burra! – Nina deságua no ombro de Nathi. O choro vem recheado de soluços, arrebentando qualquer esperança
que Nina ainda mantivesse com relação a Harry.

— Não, Nina. Isso é armação. – Nathi tenta apaziguar, sem sucesso.

— Nina? – Harry chama do final do corredor.– Não pode acreditar nisso, é mentira! Eu não sabia de nada! – Harry vai se aproximando
com Gancho logo atrás.

— Harry, não se aproxime. – Camila toma a frente.

— É mentira, Nina. O Harry nunca aceitaria
algo assim, pelo amor de Deus! – Gancho fala por cima do ombro de Camila.

— Eu quero ir para casa. – Nina murmura para Nathi. – Me leve daqui, por favor.

— Venha, eu ajudo você.

— Não pode acreditar nisso, por favor. – Harry está com a camiseta do Prisma encharcada de sangue. Um tremendo olho roxo se destaca naquele rosto de traços sensuais.

— Não se aproxime! – Nina ruge quando Harry faz menção em tocá-la. – Nunca mais se aproxime de mim, está entendendo?

— Não faça isso comigo. – Harry leva as duas mãos aos cabelos cacheados. Lágrimas
irrompem de seus olhos. As
rajadas verdes ficam opacas e sem vida ao acompanharem Nina e Nathi tomando o rumo da escada central.

O que ele deve fazer? Nem preciso dizer que, nesse momento, as portas das salas se abrem e uma
aglomeração começa a se formar, não é? Quando Harry respira fundo e toma coragem para ir atrás de Nina, Gancho e Camila bloqueiam a passagem do cara.

— Deixe a Nina em paz, Harry. – Camila é enfática.

— Não é a hora, man. – Gancho segura o braço do amigo.

— Aliás, acho que essa hora nunca vai chegar. Não depois do que acabamos de ouvir. – Camila cruza os braços frente ao corpo.

— É mentira. A Kibi montou esse diálogo, eles nunca tiveram essa conversa. – Gancho defende Harry.

— Como sabe? Nasceu grudado no seu
amigo, Gancho? Como pode afirmar que essa conversa nunca existiu? – Camila ataca.

— Ele nunca faria algo assim. E outra: Se o Harry realmente tivesse feito um pacto com a
Bárbara, ele estaria livre da chantagem, certo? – Gancho faz uma pausa. – Então como você explica o pai do cara ter recebido os vídeos do acidente?

— A Bárbara resolveu ferrar com ele de qualquer maneira, oras! – Camila retruca. –Isso não prova nada.

Com um olhar glacial, Harry encara uma das caixas de som do Prisma. Respira fundo e as lágrimas cessam:

— Temos que conseguir essa gravação. Só com isso em mãos conseguirei provar a minha inocência.


Nota da Autora: O Harry ta ferrado? Aa sim, ele esta muito ferrado! A Nina vai perdoar o nosso o galã e tirar a ideia de ir para Paris da cabeça? Bem, isso vocês só vão saber no próximo capítulo. Muahaha. Beijos, beijos Amoras :3


TCR(Total de Capítulos Restantes): 17


4 comentários:

  1. Eu n costumo comentar mas eu leio tudo.Cara ta muito foda isso continua.....

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pelo seu comentário Amora e pode deixa, eu continuo sim :3

      Excluir
  2. Continuaaa pleaseeeee... ta bom demais!

    ResponderExcluir

A cada 10 pessoas que comentam 4 delas dizem, na verdade o que eu realmente não sei o que estou falando, então se entendeu parabéns e obrigada por comentar.
E lembrando foi comprovado cientificamente que comentar emagrece.