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09/11/2013

19°CAP - A APOSTA - NO ÔNIBUS.






Duas horas depois do desembarque,

finalmente o ônibus está pronto para deixar o
aeroporto a caminho da balsa. Nathi e Lais
sentaram-se juntas e quando Nina ameaçou
sentar-se com Camila, Harry a empurrou para
o banco de trás.

Ele praticamente a jogou em direção à

janela fechando a passagem. Para sair dali,
Nina teria que pular por cima dele, o que
estava fora de cogitação. Até pensou em
gritar, mas os professores já estavam
irritados demais com a zona, não seria
prudente.

— Você me paga, Harry. – Nina murmura,

num rosnado selvagem.

— Relaxe e curta a paisagem. – Harry

entrelaça os dedos atrás da cabeça, o
sorrisinho debochado já se desenhando
naquele rosto de traços perfeitos e perigosos.

Ela bufa e cruza os braços, deitando a

cabeça no vidro. Harry se esparrama ao lado,
invadindo o seu espaço. Nina aperta a
mandíbula com força e tenta se afastar.
Impossível. A perna do garoto roça na sua de
forma irritante.

Nina então cruza as pernas, colando-as na

lateral do ônibus. Escuta a risadinha abafada
de Harry e tem muita vontade de pular no
pescoço do cara e asfixiá-lo.

— A aposta ainda não está valendo, seu

babaca. – Nina insulta, furiosa.

— Eu sei. – Harry fecha os olhos e a inspira,

como fez na boate. – Você me hipnotizou,
agora aguente.

Nina sente um ardor subir pelas costas,

mas não tem nada a ver com calor. O ar
condicionado está bem acima de sua cabeça,
lançando jatos gelados em sua direção. Harry
se remexe, espalhando-se ainda mais. Está
tentando provocá-la, mas ela não cairá no
jogo.

Gancho se aproxima, com um violão em

mãos. O ônibus dá uma sacudidela e o garoto
precisa se segurar para não cair.

— Ei, Harry, meu camarada, toque algo para

nós. Ainda temos uma hora dentro desse
busão.

— Manda aí. – Harry estende a mão e Gancho

lhe passa o violão.

— Toque algo para agitar essa galera. O

que querem ouvir? – Gancho pergunta, aos
gritos.

— Heavy metal! – alguém dos fundos

responde.

— Num violão? Tá chapado? – Gancho

revira os olhos.

— Classic rock!


— Aí já começa a melhorar. – Gancho

concorda, num meneio de cabeça.

— Pagode!


Nem preciso dizer que quem grita essa

barbaridade é o Bola, preciso? Gancho nem
tem o trabalho de responder. Vários papéis
amassados voam pelos ares, acertando o
gordinho encrenqueiro.

Nina não tira os olhos da estrada. Árvores

passam, lagos passam, carros passam, o
asfalto corre para lugar algum. De rabo de
olho ela nota que Harry a encara,
insistentemente.

— O que foi? – ela metralha.


— O que quer ouvir? – Harry está afinando as

cordas do violão.

— Quero ouvir você dizer que vai desistir

da aposta.

— Hum… peça algo possível, Nina. – ele faz

uma pausa. – Qual sua banda preferida?

— Não interessa.


— Quero tocar algo para você. – Harry tomba

a cabeça de lado, falando de forma mansa, só
para irritá-la ainda mais. – Peça uma música,
qualquer uma.

— Não quero ouvir você cantar. – ela

rosna, entredentes.

— Vai, Nina, qual sua banda preferida?

Você deve ter uma.

Nathália, incrivelmente irritada com o bate

boca entre Nina e Harry, tira os olhos do livro e
grita, sem olhar para trás:

— Creedence! A Nina curte Creedence, pô!

Agora será que dá para vocês dois calarem a
boca?

— Valeu, Nathi! – Harry comemora. –

Creedence Clearwater Revival. Quem diria,
não? Você tem bom gosto.

— Seu tosco. – Nina gira a cabeça com

raiva, seus cabelos acertando o rosto de Harry.

— Anda logo com isso, Harry, ou a galera vai

destruir o busão antes de chegarmos na
balsa. – a emergência no tom de Gancho faz
o garoto se levantar. Apesar dos gritos
insistentes dos professores, Bola continua a
ser atacado por uma enxurrada de papéis
amassados e chicletes mastigados.

Harry coloca os pés no banco e se senta no

braço da poltrona, um tanto torto. Ajeita o
violão da melhor maneira, testando o som.

— Ok, pessoas, essa música eu dedico a

Nina, a garota selvagem. – quando Harry
profere essas palavras, a galera vai ao delírio
e o ônibus sacode ameaçadoramente. Os
professores voltam a gritar e a turma se cala,
mas não por causa dos gritos professorais e
sim pelos acordes de Harry.

Nina engole lavas no lugar da saliva. Sente

uma vontade imensa de pegar o violão das
mãos dele e quebrá-lo em sua linda cabeça
de cabelos cacheados. Antes que possa dar
cabo de seu desejo inflamado, a voz de Harry
invade seus ouvidos, fazendo com que seu
coração pare por um instante.

Meu Deus, a voz do cara é perfeita!

Rouca, grave, sublime. Se Nina não
soubesse que era Harry quem cantava
“Fortunate Son”, poderia jurar estar ouvindo
o próprio John Fogerty. Ela não consegue se
conter e olha para o cara.

Os dedos do garoto deslizam pelas cordas,

tão suaves, envolvendo os fios como se
estivessem acariciando o instrumento. Harry
parece estar possuído por uma força mágica,
mística, invisível. Se Nina pudesse ver auras,
estaria vendo a de Harry se expandir nesse
exato momento. Tão à vontade, inteiro,
divino.

A forma como ele joga os cabelos

encaracolados para trás, a maneira como
segura o violão, o jeito com que mexe os
lábios…

Harry empolga a galera e quem conhece a

letra, canta com ele, as vozes se fundindo
numa só.

Os olhos de Nina não querem se desviar da

cena, as pálpebras não estão a fim nem de
piscar. Os ouvidos querem escutar mais e
mais e mais. Completamente hipnotizada, é o
que ela está.

Que droga, pensa Nina. Vencer essa aposta

será mais difícil do que ela imaginava.


~~***~~

Boa parte da turma já desceu do ônibus a
caminho da balsa. Nathália e Lais pegam as
malas de mão no bagageiro acima de suas
cabeças. Nina tenta fazer o mesmo e, ainda
que na ponta dos pés, não consegue alcançar
a raqueteira lá no fundo. Quando faz menção
em subir no banco, Harry a breca.

— Deixe que eu pego. – com vários
centímetros a mais, ele pesca a alça da bolsa
facilmente.

— Eu posso me virar. – ela rebate,

visivelmente enfurecida pela ajuda.

— Largue de ser orgulhosa. – ele puxa a

raqueteira e comenta: – Hum, você joga
tênis?

— Eu não jogo, eu humilho! – Nina, em sua

arrogância típica, arranca a raqueteira das
mãos de Harry.

— É sério? Bom, nesse caso, eu desafio

você para uma partida de gente grande.

Quem ainda está dentro do ônibus não se

contém ao ouvir o desafio. Gancho, após
soprar a franja para cima, solta o famoso
grito de guerra:

— Apostaaaaaa!


Se as pessoas pegassem fogo ao seu bel

prazer, o ônibus teria ido pelos ares nesse
momento. Quem está do lado de fora, corre
para dentro. Quem está dentro, não sairá
nem a pau dali.

— Está me desafiando, Harry? Perdeu a

noção? – Nina o encara, destemida.

— Você disse que humilha no tênis, então,

qual é o problema? – Harry escancara um
sorriso debochado, sua marca registrada.

— Não sabe onde está se metendo. – ela

estreita o olhar. – Vou acabar com você.

— Aposto que não. – Harry cruza os braços e

lança uma piscadela no ar.

— O que vão apostar? – Bola pergunta

acima do murmurinho, limpando o resto de
chocolate dos cantos da boca.

— É! O que vão apostar?


— Tem que ser algo quente!


— Aposta aí, Nina!


— Vai mesmo se arriscar? – Nina empina o

nariz, numa superioridade intrépida.

— Adoro me arriscar. – Harry revida, num

tom sedutor daqueles abrasadores.

— Já que é assim, se eu vencer o jogo você

corta os pulsos, que tal? – Nina replica.

— Poxa, peça algo que não envolva a

minha morte.

— Ok, deixe eu pensar… hum, certo. Se eu

ganhar, você será meu escravo por um dia
inteirinho. O que acha disso? – Nina arranca
gritos estimulantes da turma.

— Seu escravo? Um dia inteiro? – Harry finge

pesar a aposta. – Muito bem, se você vencer,
serei seu escravo, farei tudo o que mandar.

— Aêêêêêêêêêêêêêêêê! – a manifestação

dos estudantes arranha os ouvidos.

— E se o Harry vencer? – Gancho fixa Nina

com o olhar, por cima dos ombros do amigo.

— Ele pode pedir o que quiser, porque esse

jogo eu já ganhei. – Nina mantém uma
postura triunfante.

Antes de responder, Harry umedece os lábios,

deixando a expectativa no ar. O cérebro do
cara pensa rápido e seus lábios repuxam para
os lados com a brilhante ideia. Talvez ele
leve um soco. Ou um chute. Ou as duas
coisas.

— Se eu vencer, você vai me beijar. De

língua. Por um minuto. Contados no relógio.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!


É isso o que todos gritam ao ouvir a

proposta de Harry. Nathi e Lais se entreolham,
perplexas. Gancho dá tapas no ombro do
amigo, empolgadíssimo. Será que Nina
aceitará?

— Como você é babaca. – ela bufa e

estende a mão. – Negócio fechado.



Nota da autora: Omg! mais uma aposta? desse jeito não vou aguentar! E vocês meus amores já escolheram em quem vão apostar? .Beijos X Beijos.




13 comentários:

  1. WOWWWWWW mas isso tá ficando cada vez melhor!!!!
    Sério, eu ia torcer pra Nina, mas eu quero que eles se beijem logo pra ver o que cada um vai sentir. Então Harry, trate de ganhar meu filho!!! kkk
    continua. <3

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    1. do jeito que a nina disse que ''sabe'' jogar tênis, vai ser difícil pro Harry kkkkkkkk'
      mais obviamente to torcendo pra ela :3

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  2. cara, adorei isso que vc fez com a setinha. Agora tem um lacinho *-* Como diria o meu melhor amigo: Ficou muito fof's, vc é fof's. kkkkkkkkkkk
    continua ta perfeito

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    1. fofo né !! Ou era um lacinho ou era uma carinha amarela com um olho piscando.......preferi o lacinho kkkkkk' :3

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  3. PERFEITOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

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    1. que bom que gostooooooooooooooooooooooooooooo amora kkkkk' :3

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A cada 10 pessoas que comentam 4 delas dizem, na verdade o que eu realmente não sei o que estou falando, então se entendeu parabéns e obrigada por comentar.
E lembrando foi comprovado cientificamente que comentar emagrece.